quarta-feira, 15 de julho de 2009

A Indústria da Cultura Nordestina

Segundo Adorno, na Indústria Cultural, tudo se torna negócio. Seus fins comerciais são realizados por meio de sistemática e programada exploração de bens considerados culturais.Um exemplo disso, dirá ele, é o cinema. O que antes era um mecanismo de lazer, ou seja, uma arte, agora se tornou um meio eficaz de manipulação. Portanto, podemos dizer que a Indústria Cultural traz consigo todos os elementos característicos do mundo industrial moderno e nele exerce um papel especifico, qual seja, o de portadora da ideologia dominante, a qual outorga sentido a todo o sistema. É importante salientar que, para Adorno, o homem, nessa Indústria Cultural, não passa de mero instrumento de trabalho e de consumo, ou seja, objeto. O homem é tão bem manipulado e ideologizado que até mesmo o seu lazer se torna uma extensão do trabalho. Portanto, o homem ganha um coração-máquina. Tudo que ele fará, fará segundo o seu coração-máquina, isto é, segundo a ideologia dominante. A Indústria Cultura, que tem com guia a racionalidade técnica esclarecida, prepara as mentes para um esquematismo que é oferecido pela indústria da cultura – que aparece para os seus usuários como um “conselho de quem entende”. O consumidor não precisa se dar ao trabalho de pensar, é só escolher. É a lógica do clichê. Esquemas prontos que podem ser empregados indiscriminadamente só tendo como única condição a aplicação ao fim a que se destinam. Nada escapa a voracidade da Indústria Cultural.É importante frisar que a grande força da Indústria Cultural se verifica em proporcionar ao homem necessidades. Mas, não aquelas necessidades básicas para se viver dignamente (casa, comida, lazer, educação, e assim por diante) e, sim, as necessidades do sistema vigente (consumir incessantemente). Com isso, o consumidor viverá sempre insatisfeito, querendo, constantemente, consumir e o campo de consumo se torna cada vez maior.

O que antes, a tradição de abrirmos nossas casas com o prazer de ver nossos amigos e parentes degustar das delícias típicas relacionadas a época, hoje, a sociedade migra dos seus lares rumo a festas (shows particulares) em ambientes fechados sob custódia de um capitalismo desenfreado, que se concretiza a partir de um consumismo expresso em nossos dias. Deixa-se o convívio em família para dar espaço a diversão capitalista. Grandes eventos podemos citar, a exemplo do forró do Bosque, do Piu-Piu, Da Mata, dentre inúmeros outros que se espalham em cidades de toda a região nordestina.

A indústria cultural é um assunto bastante polêmico, pois é de uma complexidade enorme que tende querer convergir dois eixos; a Cultura Popular X Cultura de Massa, e que na verdade são dois assuntos bem distintos, apesar da Cultura de Massa se apropriar dos principais aspectos da Cultura popular para criar os seus próprios conceitos.

3 comentários:

  1. A indústria cultural é um assunto bastante polêmico, pois é de uma complexidade enorme que tende querer convergir dois eixos; a Cultura Popular X Cultura de Massa, e que na verdade são dois assuntos bem distintos, apesar da Cultura de Massa se apropriar dos principais aspectos da Cultura popular para criar os seus próprios conceitos.

    Voltamos a pleno vapor e muita interatividade no ar. Fiz um comentário no blog da UNEB que acho que assim como a Indústria Cultural vai gerar muita polêmica, sem falar das novas matérias apresentadas no Blog, é isto aí nós ainda temos o direito de pensar, por isto, não só pensamos como dizemos e invertemos... Não somos os donos da razão, apenas Digo & Penso!!!

    http://digoepenso.blogspot.com/

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  2. Pois é... talvez a linha tênue seja exatamente essa entre a cultura de massa e a popular. A cultura de massa é organizada pelo discurso dominante que visa homogeneizar um grupo maior quantitativamente e que precisa ser regulado. Para tal, ele se apropria muitas vezes da cultura popular, isto é, das expressões de determinados grupos culturais (linguagem, dança, culinária, vestuário, valores, etc) para massificar, isto é, fazer parte de um todo. Grosso modo, dsitingo a cultura popular como sendo mais espontânea enquanto que a cultura de massa é produzida dentro de uma lógica do consumo.

    A passagem do primeiro parágrafo para os egundo carece de uma contextualização, já que não prepararam o leitor/a leitora para o assunto que vocês irão tratar: a cultura junina dentro do conceito de indústria cultural.

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  3. A equipe realizou um trabalho que atende aos objetivos da disciplina. Atentaram para parte conceitual, teórica, aplicada a uma realidade nossa, e isso é extremamente importante na universidade: produzir conhecimento que parta de uma necessidade real. Cuidaram do aspecto visual, não-verbal, importante nesse gênero de texto que é o blogue. O grupo está de parabéns!

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